26 de dezembro de 2011

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Stephen D., aged 22, medical student, on highs (cocaine, PCP, ciefly aamphetamines).
Vivid dream one night, dreamt he was a dog, in a world unimaginably rich and significant in smells.
Waking, he found himself in just a world.
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The Dog Beneath the Skin, O. Sacks

13 de novembro de 2011

18 de setembro de 2011

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If there´s a problem
talk it out.
If you can talk it out,
fuck,
then try again.
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27 de julho de 2011

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não controlo meu anjo, já percebeste que não.
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um buraquinho que criámos, tentámos depois tapar mas não funcionou.
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e cresceu e cresceu.
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desculpem-me.
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24 de julho de 2011

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"Apesar de ela ser alguém que conhecia bem a resistência física, estava a terminar o seu combate, era evidente. O seu aspecto começava a aproximar-se já da fronteira em que a compaixão dos outros cede o seu lugar a um certo nojo que, mesmo quando controlado e humanamente reconstruído numa contenção de comportamentos, não permite já certos gestos espontâneos de ajuda ou aproximação. Ela percebia isso, e por essa razão cedera. "

Aprender a rezar na Era da Técnica, Gonçalo M. Tavares
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22 de maio de 2011

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"Há ali uma poça - disse Rhoda-, e não a consigo atravessar. Escuto o ruído da mó, que me chega vindo de um ponto a escassos centímetros da minha cabeça. O vento ruge quando me bate no rosto. Todas as formas palpáveis da vida me abandonaram. Serei sugada pelo corredor eterno se não conseguir agarrar nada de sólido. Sendo assim, em que poderei tocar? Que tijilo, que pedra, me possibilitará regressar ao meu corpo em segurança?"
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As Ondas, Virginia Woolf
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7 de maio de 2011

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afinal está só a começar.
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27 de março de 2011

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começaríamos por voltar a quatro semanas atrás: época de exames e amesterdão passados, retomar a rotina, as aulas, o laboratório, as festas, os filmes e passeios, as conversas no salão sobre a vida dos outros pouco sabendo sobre a nossa.

reparei apenas numa certa irritação, nada de mais. talvez a audição ou a prova de formação.

lembro que na segunda estava mais angustiada, sem paciência para o habitual. fecho-me no quarto à espera que o dia seguinte chegue, recebo a chamada, fico à espera de outras chamadas, resolvo ir lá e voltar no mesmo dia -  nada de grave, o nervosismo a que nos vem habituando.

Chego, oiço, o chão treme, começam a abrir-se fendas, o som horrível da terra a revolver-se.

Primeiro ouves, depois acreditas, depois percebes. Não, não. volta atrás, ouve o que te dizem primeiro, foca-te no que te estão dizer [tanto ruído, os miúdos a berrar, as enfermeiras, os comprimidos, a médica, a minha mãe, as velhas, o meu pai, as cartas, o chão que não pára de ranger]. ouviste o que te disseram? houve agora os pormenores, delicia-os.


Passa-lhe a mão no cabelo, diz-lhe o quanto gostas dela, beija-lhe a face, promete-lhe que vai tudo ser melhor.

Vais a casa buscar as coisas dela. mexes-lhe na roupa, nos perfumes, nos desenhos, nos livros, nas suas intermináveis caixas - não a sabias assim.

as chaves sempre a trancar as portas, as janelas tapadas, os bêbados nojentos, os cinco minutos em que te perguntam se estás bem, as anoréticas, as duas semanas que já vão em quatro, o diagnóstico que não chega, sabem lá eles o que te dizem.


sei lá eu o que te digo, sei lá eu o que te dizer, estou-me a esgotar nos argumentos.

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